Umas coisas que eu li por aí | Ninguém está pensando direito depois de ficar quarentenado por 12 meses
O importante primeiro é sobreviver, tá bem? Fique em casa e, se precisar sair, use máscara.
Vivi uns dias bem tristes nesta semana. Tipo o dia que eu acompanhei o noticiário que informava que, quase um ano depois do início da pandemia, o Brasil tinha chegado ao seu pior momento. A coisa tem sido tão triste, e tão difícil de digerir e de lidar, que eu tentei aterrorizar os familiares que já estão dessensibilizados com um print da capa do UOL naquele dia.
Se você também tem travado uma batalha contra o negacionismo nos seus círculos, receba meu abraço virtual: a batalha é difícil, mas você não está sozinho. Toma um link sobre dúvidas de uso de máscaras PFF2/N95 para você tentar combater fake news com informação, e minha torcida pra você continuar remando.
Tá difícil manter a sanidade e a produtividade.
E não é só com você. Um artigo da The Atlantic explica que essa sensação de esquecimento que muitos estão sentindo, essa estafa absurda que bate poucas horas depois de acordar (como pode?!) e essa espécie de dor nas costas crônicas não são só com você, e tem nome: são os efeitos do pandemia de estágios mais longos (ou, se você quiser parecer chique, “Long-Stage Pandemic”).
Também pudera: estamos há 12 meses quarentenados
Gravar o Guia Prático, podcast que apresento com o Ghedin, foi especialmente complicado pra mim - eu estava (e ainda estou) bem triste, mas felizmente pude contar com a compreensão do Ghedin, que conduziu a nossa conversa e me ajudou a passar de forma menos sofrida pelas muitas mudanças (muitas delas tecnológicas) que vivemos nesse ano desgraçado. Aos ouvintes, obrigada pela compreensão com o tom quase fúnebre, mas era o que eu tinha pra ontem, no caso, que é quando fizemos a gravação.
Era uma cilada, Bino?
Enquanto a gente estava trancado em casa, as inovações no setor financeiro foram seguindo seu curso, e agora rola essa impressão de que algumas coisas eram um “freemium” - o Pix, por exemplo, essa belezinha de pagamento instantâneo, está começando a ter seus preços divulgados. Segundo uma matéria do Lucas Braga no Tecnoblog, a transferência poderá custar até R$ 10. Será que agora que a gente achou o negócio batuta, vão querer começar a cobrar? Aguardem cenas dos próximos capítulos.
Kidcasts, os podcasts para crianças
Depois de ter “sentado” em cima do reino dos podcasts e não ter feito muito por eles, sendo atravessada pelos avanços do Spotify, agora a Apple se mexeu um tanto e está criando uma seleção de podcasts apropriados para o público infantil. Vem aí os Kidcasts. Quero torcer pra em breve ter leituras de literatura infantil nesse formato pra eu poder apresentar aos pequenos (fica a dica pra Lu Loew, colunista de literatura infantil da Pais e Filhos, levar essa ideia pras editoras).
Depois do sucesso do Clubhouse, vem aí o Firechat
O app promete ser uma plataforma mais modernosa para a gravação de podcasts. Por enquanto está em beta para quem tem iOS (pois é, esse é a graça de ter iPhone, testar as coisas primeiro, sorry Androiders. Segundo o The Verge, é um filhote do cruzamento do Anchor (do Spotify) com o Clubhouse, que faz as conversas serem um tiquinho mais profissionais, com vinheta de aberturas e quetais. Assim que eu tiver acesso à brincadeira, vou propor testarmos no Guia Prático.
Revitalizado, SXSW 2021 acontecerá no digital
Com passagens compradas e hospedagem reservada, o cancelamento do SXSW do ano passado foi um caos. Pra minha sorte, fiquei sabendo do cancelamento aqui no Brasil e consegui reaver a hospedagem e ao menos parte das passagens de avião, mas teve quem sofreu muito mais. Agora, em 2021, eles se preparam para revitalizar o evento em um formato totalmente digital. Estou credenciada para cobrir o evento mais uma vez, e tenho uma expectativa positiva. Boa parte dos custos (financeiros e de tempo) do SXSW eram muito relacionados com o translado. Agora, imagino que acompanhar as palestras, apresentações e debates possa ser mais confortável e exigir menos dólares (que estão pela hora da morte) e menos músculos (quem já foi ao evento sabe o corre-corre que era sair de um lugar pra outro a tempo de conseguir espaço nas salas para sentar). Os temas que vou acompanhar são os que seguem me interessando - tecnologias, inovações, tendências de futuro e as perguntas difíceis que vêm com tudo isso. Sugiro ficar de olho na GoAd Media para saber os principais insights do evento.
Mas porque esse otimismo todo com evento digital, Jac?
Porque eu pude cobrir a CES 2021 no formato digital e achei bem ok, viu. Deu para acompanhar muitas novidades - algumas, claro, teriam sido melhores de serem conhecidas ao vivo - e produzir bastante material provocador, alguns nos bastidores (pois é, tem coisa sob NDA) e algumas mais públicas, como essa matéria no Gizmodo sobre imprimir seu próprio batom, uma novidade que apareceu no começo desde ano e pode chegar às mãos dos consumidores nos EUA em breve.
Memes e Banksys queimados à venda como NFT
Da mesma forma que acompanhei o frisson do Bitcoin lá atrás (fiz um especial pro Tecnoblog sobre isso há 7,5 anos), agora estou vendo de perto a evolução do NFT, os tais Tokens Não-fungíveis, que estão sendo um formato digital de comercializar arte digital. Falamos disso no podcast Guia Prático na semana passada e agora a novidade é que estão vendendo mais coisas nos marketplaces de NFTs - de memes a performances de queimar um Banksy. Seria essa uma grande bobagem ou não? Ainda não sei dizer, mas sigo acompanhando.
Nos lemos na próxima, até breve!
Cuidem-se, fiquem em casa se puderem e, se não puderem, usem máscara.