Umas coisas que eu li por aí | Estrada-terapia
Pilotar por aí sem necessariamente chegar em nenhum lugar é o que tem acalmado a mente hoje em dia
Eu tinha 17 anos e trezentos e sessenta e quatro dias quando assinei a papelada para começar as aulas da auto-escola. Se tem algo que eu sempre quis fazer, foi dirigir. E, felizmente, é dirigir que tem me acalmado nessa segunda temporada de caos pandêmico. Atrás do volante, eu circulo por aí e consigo relaxar um pouco e ver outros horizontes. Já tive a pachorra de manobrar em um cantinho seguro e com uma boa vista pra apenas admirar o pára-brisa enquanto beliscava alguma besteira que tinha levado comigo. Drive-nique, um piquenique dentro do carro.
Tem hora que o passeio vem na companhia do ilustríssimo, mas tem horas que o bom mesmo é pilotar solo, colocar uma boa playlist pra tocar e cantar (ou gritar) junto. Cada um encontra o seu jeito de extravasar. E você, o que anda fazendo pra relaxar nessa antesala do fim do mundo que é o Brasil 2021?
Não subestime: pacientes de Covid-19 estão lidando com uma “mente anuviada” como sintoma de longo prazo
Mesmo quem não foi hospitalizado tem procurado apoio por sentir que o cérebro está por algum motivo funcionando aquém do esperado. Existe tratamento para a maior parte dos casos - que funciona como uma espécie de reabilitação neurológica - mas na dúvida, melhor evitar, né, não?
Não superestime: duas pessoas morreram em um acidente com um Tesla - só que não tinha ninguém no volante (!)
Ainda estão investigando, mas se o carro não estivesse mesmo com ninguém pilotando no banco do motorista, a suspeita é que o acidente tenha ocorrido porque os usuários teriam superestimado (e incompreendido) a capacidade do Model S de 2019 de “auto-pilotagem”. Até agora, nem mesmo os modelos mais recentes da Tesla (que tem uma tecnologia chamada de “Full Self-Driving”, permitem autonomia completa. Ou seja, não era possível simplesmente sentar no carona e deixar o carro ir. O caso ainda está sendo investigado.
Os filhos dos outros podem ser mesmo muito chatos, avisa newsletter do NYT
Muitos pais e mães têm apostado na parceria e cooperação para lidar com os tempos de pandemia e escolas fechadas, rotacionando os adultos que supervisionam um determinado grupo de crianças, e muitos estão descobrindo *detestar* os coleguinhas dos filhos. A newsletter do NYT troca a culpa (é normal detestar o filho dos outros) por alguns conselhos mais práticos sobre como coordenar as aulas coletivas ou as brincadeiras conjuntas. Longa histórica curta, lembre-se que você é um adulto e tem que ter paciência, mas não precisa lidar com uma criança problema. Na hora de dar conta dos perrengues com a criança para os responsáveis, vale focar no problema em si - o segredo, segundo o NYT, é focar na atitude (não gosto das palavras que seu filho ou sua filha usa aqui em casa) do que em uma suposta característica fixa da criança (ele ou ela é mal educado), pra evitar que o responsável entre na defensiva.
Só eu não estou ficando rica aqui no Substack?
Segundo Ben Smith, muitos escritores e jornalistas nos EUA têm sido assediados pela plataforma, com propostas até de adiantamentos em dinheiro, para escreverem por aqui. O segredo é que muitos tem audiências potenciais que o Substack acredita que valem a pena, e está propondo adiantar os ganhos de alguns anos de newsletters pagas para que os escribas escrevam por aqui. Até o próprio Ben Smith, colunista de mídia do NYT, chegou a ser assediado, com uma proposta de valores superiores ao seu salário na publicação (!).
No entanto, tem uma pegadinha: em alguns casos, o adiantamento subestima a capacidade dos escritores e jornalistas, que poderiam ganhar muito mais se recebessem o valor das assinaturas diretamente (os acordos de adiantamento deixam, é claro, o sucesso financeiro excedente na mão da plataforma). De qualquer forma, o Lifehacker fez uma conta de pão pra mostrar que, em geral, os redatores de newsletters pagas do Substack recebem em média metade do valor estimado que estão captando da sua audiência - parte fica com o Substack (que cobra uma taxa sobre as newsletters pagas) e a outra fica em taxas e impostos.
Full disclosure: o Substack não me assediou (risos irônicos) e essa newsletter segue sendo gratuita, porque é basicamente um lazer quarentênico. Aproveite.
Denunciar as Big Techs não é fichinha
Uma situação no mínimo desconfortável pros “whistleblowers”, que botaram a cara no sol pra denunciar más práticas de grandes empresas. Uma matéria extensa no Protocol conta o rebu causado na vida de quem se viu botando o dedo na ferida de grandes empresas, escancarando casos de preconceitos e discriminações dos mais diversos. De represálias à publicação de um paper que se tornarma uma demissão (caso da cientista Timnit Gebru no Google) até disparidades de pagamentos entre homens e mulheres ou discriminação contra mulheres grávidas, as jornadas de quem denuncia não são nada agradáveis. Há quem receba propostas da concorrência ou de veja de certa forma em evidência no mercado, mas ao mesmo tempo há o trauma psicológico a ser superado, bem como o medo de ficar marcado como “ovelha negra” no mercado. Uma leitura importante.
Trabalhadores do mundo, uni-vos (pelo direito de desconectar) 📵
Quem também não está numa situação muito agradável são os trabalhadores que passaram a atuar remotamente e, de repente, viram “sumir” a separação entre vida pessoal e trabalho. Reuniões em horários pouco usuais e a pressão por respostas em tempo recorde estão levando entidades de proteção aos trabalhadores em diversas regiões do mundo a pedirem por uma legislação que estabeleça o “direito de desconectar” para os trabalhadores remotos.
O assunto está em discussão no Reino Unido e no Canadá, enquanto na Irlanda foi implementada neste mês uma legislação determinando o direito à desconexão (especificamente permitindo que os empregados não tenham que trabalhar rotineiramente fora do horário pré-determinado em sua jornada de trabalho).
Cientistas acreditam que gesticular ajuda a entender melhor as coisas 🙌🏻👇🏻👆🏻🤙🏻
FINALMENTE alguém veio em defesa das pessoas que parecem que não conseguem falar sem mexer as mãos. Pesquisadores estão fazendo estudos que parecem indicar que gesticular ajuda a entender melhor as coisas. Os testes estão sendo feitos com estudantes e professores - parece que quando os professores fazem gestos, ajudam os estudantes a compreenderem os assuntos. Melhor ainda: quando os estudantes repetem os gestos associados a algum conceito, eles também aparentemente compreendem as coisas melhor. Portanto, parem de nos atormentar e nos deixem gesticular! hahahaha
Mais uma dos cientistas: os 4 melhores jeitos de dar prazer às mulheres em uma relação onde um dos lados tem pilulu
A gente sempre soube que o bate-estaca não era exatamente funcional - eu ainda culpo a indústria do pornô e o patriarcado por esse problema longevo - mas agora os cientistas trouxeram estatísticas pra nos ajudar a comprovar o que muita menina por aí sabe há tempos, no método empírico da tentativa e erro.
Uma pesquisa nos EUA listou os tipos de penetração que mais dão prazer às mulheres. A campeã é chamada de “angling”, e tem a ver com buscar a melhor angulação. A segunda favorita chama “pairing”, e geralmente tem a ver com buscar estimular o clitóris durante a penetração (contando com ajuda das mãos ou de brinquedos). A terceira melhor chama “rocking” - que é o oposto do bate estaca, movimentando na horizontal ao invés de na vertical - e por último 70% das mulheres elogiaram o “shalowing”, que é basicamente ficar apenas ali na entrada.
Todos os detalhes visuais - obrigada divulgadores de ciência pelo didatismo - estão no site OMGyes.com/findings
Antes de me despedir, uns rápidos jabás
🎧 No episódio dessa semana, eu e Ghedin comentamos no Guia Prático a compra do Jovem Nerd pelo Magalu e também explicamos o que é o FLoC, nova proposta pra rastrear você na interwebs por meio de cookies. Ouça aqui.
🎥 Nesta semana, nos dias 21 e 22, vou participar do World Creativity Day com um mini-TED-talk de 10 minutos, onde eu defendo o por quê você deveria apostar em projetos paralelos e hobbies (tipo essa newsletter, ou todos os podcasts que eu inventei antes de apresentar o Guia Prático). Convido você a assistir e depois me contar o que achou 😊
Até a próxima!